Pacientes internados no Hospital Municipal Raul Sertã, em Nova Friburgo, na Região Serrana do Rio, denunciam que a unidade não está realizando cirurgias porque os aparelhos de autoclave estão quebrados.

Nesta sexta-feira (5), a paciente Cristiane Hottz, de 44 anos, contou ao G1 que está internada há quase uma semana aguardando uma cirurgia ortopédica.

“Eu quebrei o pé antes do Ano Novo e estou correndo o risco de ficar torta. Eu tive uma fratura do pilão tibial, minha cirurgia estava marcada pra hoje (sexta), mas cancelaram”, disse revoltada.

Ainda de acordo com Cristiane, no setor ortopédico em que ela está internada há cinco pessoas aguardando cirurgias, entre elas, uma idosa de 92 anos que quebrou o fêmur e pacientes com lesões no braço e outras partes do corpo.

“É um absurdo. As pessoas estão morrendo aqui dentro porque o aparelho não funciona. Os médicos querem operar, têm até boa vontade, mas como eles vão fazer?”, questionou a paciente.

Uma outra mulher que não quis se identificar afirmou que existem várias pessoas esperando cirurgias no Raul Sertã e que os funcionários dizem que não há previsão para as cirurgias voltarem a acontecer.

G1 questionou a Secretaria de Saúde sobre o problema e, em nota, o órgão confirmou o problema e disse que “a recente liberação da Central Municipal de Esterilização (CME), ocorrida no final do ano passado, não abarcou as autoclaves, e sim, a estrutura física da CME, ficando pendentes a regularização desses equipamentos”.

Segundo o Christiano Huguenin, secretário de Saúde, as duas autoclaves são antigas, foram compradas em 2002, e a última manutenção feita por empresa especializada aconteceu em 2016, “não tendo nenhum outro registro oficial no setor de patrimônio do hospital, podendo ter havido outras intervenções de maneira informal”.

A secretaria disse ainda que está buscando formas de solucionar o problema de forma definitiva e que “as cirurgias eletivas estão suspensas até a resolução do problema, tendo em vista que estamos mantendo as cirurgias de urgência, esterilizando os materiais em outras unidades de saúde da cidade”.

A reportagem aguarda o nome das unidades que estão fazendo a esterilização até que o problema seja resolvido.